terça-feira, 11 de agosto de 2009

monday madnesses!

Temos que pedir desculpa pela ausência da semana passada, mas estivemos a esvaziar a cabeça nas bordas das Montañas Sacras de Portugal – cabo do mundo, serra da Estrela. Depois de uns dias que foram uma avalanche de verdade extática, música para a ressaca disso mesmo.

We gotta apologize for last weeks absence, but we were emptying our heads in the portuguese Holy Mountains – cape of the world, Estrela mountain range. After some days that were an avalanche of ecstatic truth, here's some music for the longing of such experience.

Monday madness #4
Para compensar, uma das prendas desta semana é uma faixona de Terry Riley com Don Cherry, gravada em Setembro de 1970 nos estúdios da rádio nacional da Dinamarca. Não consegui ainda encontrar a razão de tal assombrosa coisa – com o tempo, talvez descubra o porquê numa biografia do Riley ou do Cherry. O que interessa é que isto pertence ao domínio público, por isso, TEM que estar aqui. A sessão produziu três faixas, e aqui fica a mais longa. Ao que parece – ou serve só de mito e factóide para construir melhor a ideia da maravilha que isto é, diz-se que a sessão foi totalmente passada às escuras, com apenas um ensaio prévio na noite anterior. Caso queiram o resto, digam.
As compensation, one of this weeks treats is a monster-track by Terry Riley and Don Cherry, recorded September 1970 in the studios of Danish National Radio. I couldn't find ( yet ) the reason for such a wonder – in time, maybe i'll find it out in a bio of Riley or Cherry. What matters is that this belongs to public domain, thus, it HAS to be here. The session's outcome was three tracks, and here is the longest. It seems – or it is just a myth and a factoid to produce a better idea of the amazing thing this is – that the session was completely recorded in darkness, with just one previous rehearsal the night before. If you wan the rest of it, tell us.
Monday madness #5
Ainda na Escandinávia, Joakim Skogsberg. Editou, se não me engano, 4 discos. O primeiro é Jola Rota, de 1970. Teve uma edição pequena, de 200 discos. Como só vendeu 80, derreteram o resto para fazer discos de easy listening com a lava vinílica. Neste caso, a raridade do bicho é directamente proporcional à sua qualidade. Desde há um ano, quando o descobri, que acho que estou perante um dos discos a solo mais fascinantes da história da música psicadélica. É estranho à brava, pelo uso invulgar da voz – que tem como inspiração uma técnica de canto medieval sueca, a tal Jola Rota - , e pelos arranjos bizarros de ritmo e harmonia. Ouçam com atenção, porque a voz está , a zumbir. Com um espectro de canções colocados em forma de disco conceptual, ocupa uma clareira soturna na floresta do folk dos anos 70.
Still in Scandinavia, Joakim Skogsberg. He released, if i'm not mistaken, 4 records. The first is Jola Rota, from 1970. Small edition of 200 records. As only 80 were sold, the remaining were melted to make some easy listening records with the vynil magma. It's sick to the guts, thru it's unusual use of vocals – inspired by this medieval swedish singing technique, the Jola Rota of the title -, and the bizzarre harmony and rhythm structures. Listen carefully, because the vocals are there, buzzing. With a song book spread out in the shape of a conceptual record, it occupies a misty clearing in the folk forest of the seventies.
Monday madness #6
Não será nada de novo, mas tem que constar. Depois de ter descoberto um LP com uma compilação de gente como Michael Rother a solo, Cluster, Faust, Harmonia, Klaus Schulze, e mais, em casa de um senhor que vive no interior de Portugal, cuja colecção de LP's se resume a glam rock e que, claro, não ma venderia por um milhão de euros, tenho que deixar aqui uma malha que traduza a frustração de ter estado em comunhão com a majestade das montanhas e de ter segurado o tal LP na mão. Ash-Ra ao vivo em Paris em 1974, In The Deep. O som é miudinho, mas o Manuel Göttsching já estava a fazer as suas tapeçarias de delay a solo, e é bastante interessante ouvir como é que isso se passava ao vivo. Épico, cheio de pathos, e supimpa a sério.
This won't be nothing new, but we gotta put it here. After finding a compilation LP with guys like Michael Rother, Cluster, Faust, Harmonia, Klaus Schulze, and more, at this 50yr-old guy in the depths of Portugal, whose record collection maybe be defined as Glam, and, of course, wouldn't sell me the compilation for a googleplexillion euros, we gotta drop here a track that may translate the frustration of having been in communion with the majesty of the mountains and having touched that record with my hands. So, Ash-Ra live in Paris, 1974 with "In The Deep". The recording is weak and the mp3 is almost passable, but Manuel Göttsching was already doing his solo delay tapestries. Thus, it is interesting to listen how that came out live. Epic, full of pathos, and seriously juicy.

1 comentário:

  1. Depois de um difícil regresso a Lisboa ouvi finalmente a malha do Riley com o Cherry e é de facto do caneco. Se tens mais devias mandar. E gostava de saber pormenores desta coisa.

    ResponderEliminar