Vamos estrear as madnesses com foto de artista, para desenfadar os meus posts e compensar a ausência de fotografias de concerto da Sara. ( Ela vai a Geneva Jacuzzi, por isso deve estar para breve um post mais colorido. )
Desta vez apanham com música que se ouve para lavar roupa à mão. Não esperem cantadeiras nem american primitivices. Hoje há:
Buffalo Springfield - Expecting to Fly
Primeira colaboração entre Neil Young e o grande Jack Nitszche. O último escreveu o invulgar arranjo de cordas para esta malha do segundo álbum de Buffalo Springfield.
Não é uma raridade das que se tenta pôr aqui às segundas feiras, mas é uma pérola domingueira, cheia de pathos young-iano.
Human Bell - A Change in FortunesProjecto de David Heumann , dos Arbouretum, e Nathan Bell, ex-Lungfish. Como qualquer projecto que respingue dos Lungfish, é épico e extático. Tenho especial carinho por isto, dado que são duas guitarras a revelarem toda a estrutura das músicas ( coisa que ando a tentar fazer na minha banda, Häsqvarna ). A coisa é simples: harmonia, harmonia, cânones, e uma escolha de riffs de pendor pomposo mas imaginativos, para saciar os que se chatearam com a preguiça criativa dos Earth no último album. O disquinho já tem mais que um ano, mas é jóia eterna.
( agora a fotografia, pá... )
Zomes - Clear Shapes
Por associação temática, tem que ficar aqui uma faixa do projecto a solo de Asa osborne, também ex Lungfish ( e Pupils ). Loop-a-rama de guitarra, órgão, e um léxico melódico que é obviamente quasi-religioso. Acho muito bonita a instrumentalização do lo-fi para esta rarefacção texturada, que contribui à brava para todo o feeling haiku do álbum. É inevitável encontrar aqui referências aos imaginários da retrospecção ( hauntologia, hypnagogia, saudosismo da imagem granulosa e da fita magnética gordurosa ), mas felizmente, a melodia húmida ainda precede isso.
Eric Copeland - Corn on the Cob
O senhor Black Dice faz música muito bonita, mas aparentemente complicada. Junto com os Tropa Macaca e outros que tais, isto está cá para nos ensinar a dançar e para chegarmos à conclusão que não há complicação: há sempre surpresa no corte e costura, mas uma obrigatória sensação de óbvio ( o sample a isso obriga ), uma fisicalidade imediata e transcendente de tão intuitiva. Os seus nacos rítmicos e melódicos são menos soundbite que os de Black Dice - parece que há uma paródia à Composição, ao Verso. Mas a sério a sério, é que é novo e nuclear numa hipótese de história da música desta década.
domingo, 27 de setembro de 2009
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